QUE NOITE MAIS FUNDA CALUNGA

E depois?
E depois que todos vão embora
Depois que a alegria parece ter-se dispersado no mar azul
Que a festa acaba e a vida tem que voltar ao normal
O que acontece depois disso?
Depois que o contato se desfaz
Que a vida perde o brilho artificial polido pelos homens
E que ela se torna apenas vida que vive num tempo e num espaço
Cuidadosamente atribuídos pelo acaso?
Depois disso
O que fazer?
Como se comportar diante do dia seguinte?
Depois do porre e do regozijo da noite anterior
Quando só sobra sobriedade e a memória?
E o que fazer quando se está diante da bebedeira
Já esperando pela ressaca?

(sobre os trabalhadores nativos de Labadee)
OLHO PUXADO

eu estou pronto para ir
e para voltar
estou pronto para passar
transpassar
trespassar
as feridas do meu rosto significam minha resistitude
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ARRE

Fiquem
Fiquem que eu sigo sozinho - e sozinho - com
Meu cabelo azul, meus devaneios e minhas saudades bagunçadas
E com minha eterna insatisfatude.
Fiquem que é da minha natureza ir independente
Dependente de mim e da minha loucura
Independente de vós e do resto.
Fiquem e sigam vosso próprio caminho
Que é vosso mas compartilhado por vós
Enquanto eu sigo o meu, que é meu e minha propriedade
Minha solitária e abobada propriedade.
mar
mar
mar
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